diversa do crack, apresenta-se sob a forma de uma base e também é fumada.
Após a “pipada” (ato de inalar a fumaça), o usuário sente grande prazer, intensa euforia, sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação de cansaço e falta de apetite. O uso passa a ser compulsivo, pois o efeito dura apenas de 5 a 10 minutos e a “fissura” (vontade) em usar novamente a droga torna-se incontrolável. Segue-se repentina e profunda depressão e surge desejo intenso de uso repetido imediato. Assim, serão usadas muitas pedras em seguida para manter o efeito estimulante.
Por ser fumado, expande-se pela grande área da superfície do pulmão e é absorvido em grande quantidade pela circulação sanguínea. O efeito é rápido e potente, porém passa depressa, o que leva ao consumo desenfreado.
Físicas: Danos ao pulmão, associado a fortes dores no peito, bronquite e asma; aumento da temperatura corporal com risco de causar acidente vascular cerebral; destruição de células cerebrais e degeneração muscular, o que confere aquela aparência esquelética do usuário freqüente. Inibição da fome e insônia severa.
Além disso, os materiais utilizados para a confecção dos cachimbos são muitas vezes coletados na rua ou no lixo e apresentam risco de contaminação infecciosa, gerando potencial elevação dos níveis de alumínio no sangue, de modo a aumentar os danos no sistema nervoso central. São comuns queimaduras labiais, no nariz e nos dedos dos usuários.
Psicológicas: Fácil dependência após uso inicial. Grande desconforto durante abstinência gerando depressão, ansiedade e agressividade contra terceiros. Há diminuição marcante do interesse sexual. A necessidade do uso freqüente acarreta delitos, para obtenção de dinheiro, venda de bens pessoais e familiares, e até prostituição, tudo para sustentar o vício. A promiscuidade leva a grave risco de se contrair AIDS e outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). O usuário também apresenta com freqüência atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranóia (“nóia”), colocando em risco a própria vida e a dos outros.
Por muito tempo a dependência química foi considerada uma doença masculina; aspectos sociais e culturais que propiciavam mais acesso masculino às drogas levavam a crer que eles seriam mais suscetíveis. No entanto, atualmente, o consumo de substâncias ilícitas e álcool é indiscriminado entre mulheres e homens adultos e adolescentes. No caso do crack, implicam-se no uso até mesmo crianças de várias idades.
Também acreditava-se anteriormente que seu uso era mais intenso nas classes de baixa renda, porém, hoje, a utilização do crack já ocorre em todas as classes sociais. As populações mais vulneráveis, entre elas, moradores de rua, crianças e adolescentes constituem importante grupo de risco.
• abandono de interesses sociais não ligados ao consumo e compra de drogas;
• mudança de companhias e de amigos não ligados ao consumo desta;
• visível mudança física, perda de pelos, pele ressecada, envelhecimento precoce;
• comportamento deprimido, cansaço, e descuido na aparência, irritação e agressividade com terceiros, por palavras e atitudes;
• dificuldades ou abandono escolar, perda de interesse pelo trabalho ou hábitos anteriores ao uso do crack;
• mudança de hábitos alimentares, falta de apetite, emagrecimento e insônia severa;
• extorsão de dinheiro da família com ferocidade;
• mentiras freqüentes, ou, recusa em explicar mudança de hábitos ou comportamentos inadequados.
É comum que usuários de crack precisem de outras substâncias psicoativas no período das chamadas “brisas”, ou seja, no período imediato após uso do crack.
Nesse momento, acabando o efeito estimulante, há grande mal-estar, sendo usados álcool, maconha ou outras substâncias para redução desta péssima sensação.
O sofrimento psíquico decorrente do uso do crack induz o usuário a múltiplas
dependências.
No início do uso da droga, o indivíduo ilude-se, imaginando que “com ele vai ser diferente”, que “não vai se tornar um viciado”. Mesmo quando progride para a dependência, continua acreditando que “para quando quiser” e não percebe que, na realidade, não quer parar nunca. Pelo contrário, quer sempre mais.
A atitude de negação da doença pela família também é muito nociva. Ela não deve sustentar mentiras para si mesma, amenizando a gravidade da situação e acreditando que o usuário deixará de usar o crack com o tempo ou sem ajuda de terceiros.
Se você é pai, mãe ou tem alguém que lhe é querido, sob suspeita de uso do crack, principalmente, em faixa de idade vulnerável, como crianças e adolescentes, procure manter bom relacionamento, com o suposto viciado, que garanta abertura para diálogo. O melhor é buscar saber de sua vida, com quem está, os lugares que freqüenta, seu desempenho no trabalho ou na escola. Observe se ocorrem mudanças bruscas de comportamento. A manutenção do vínculo afetivo é muito importante, tanto para a detecção do problema, quanto para solução no tratamento.
Necessário que haja atenção quanto ao ambiente escolar e à vizinhança.
Oriente seu filho ou ente querido a se afastar de pontos de venda de droga ou dos freqüentadores desses locais. Adolescentes comumente apresentam comportamento destemido e sentem-se desafiados a se aproximar do perigo para ter a ilusão de que estão acima do bem e do mal.
população-alvo. Ensinam gíria própria e não destoam da imagem da moda seguida
pelo público que eles visam. O Disque-Denúncia no seu Estado ou Município pode ser utilizado para denunciar traficantes.
Inicialmente é necessária uma avaliação do paciente, para saber sobre o efetivo consumo de crack. A partir deste perfil, ele deverá ser encaminhado ao ambiente e ao modelo de atenção adequado. Deve ser verificado o grau de dependência e o uso nocivo, assim como a intenção voluntária de busca de ajuda para o tratamento.
Caracterizam-se três modos de consumo:
• baixo risco: com raros e leves problemas. Isto é excepcional entre usuários de crack, praticamente inexistente;
• uso nocivo ou abuso: que combina baixo consumo com problemas freqüentes (observável em usuários recentes);
• dependência: alto consumo com graves problemas (é o perfi l do usuário que busca serviço especializado).
É o que se chama classificar o “estágio motivacional”, que irá defi nir as estratégias e atividades para promoção do tratamento individual.
Princípios para investigação motivacional:
Pré-contemplação: O usuário não tem consciência de que precisa mudar.
É resistente à abordagem e à orientação.
Contemplação: Reconhece o problema, aceita abordagem sobre mudança,
mas continua valorizando e usando a droga.
Preparação: Reconhece o problema, percebe que não consegue resolver sozinho e pede ajuda. Esta fase pode ser passageira, daí ser necessário pronto atendimento quando solicitada pelo indivíduo.
Pensa nela com freqüência. Cuida-se preventivamente do risco de recaída.
Recaída: Retorno ao consumo, após período longo de abstinência,
É importante notar que recair não é voltar ao zero.
Necessária esta percepção, para retomar a recuperação, a fi m de que a culpa e a desesperança não destruam o novo empenho de melhora.
de sua cidade.
BOUER, J. Álcool, cigarro e drogas. São Paulo: Panda Books, 2008.
BUCHER, Richard. Visão Histórica e Antropológica das Drogas. As Drogas e a Vida: uma Abordagem Biopsicossocial. São Paulo: EPU, 1988.
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
(Unifesp). Disponível em < www.cebrid.epm.br>
Drogas um Guia Prático – Prefeitura Municipal de São Paulo – 2006
KESSLER, Félix Henrique Paim: Pechansky, F. Uma visão psiquiátrica sobre
o fenômeno do crack na atualidade. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do
Sul, 2008. LEITE, Marcos da Costa e col. Cocaína e crack: do fundamento ao tratamento.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE – Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas – www.saude.gov.br
MACFARLENE, A. et al. Que droga é essa? São Paulo: ED. 34.2003
RIBEIRO, M. e Laranjeira, R.R. e col. O Tratamento do usuário de Crack. São Paulo: Leitura Médica, 2010
O BOM CONSELHEIRO
E poder dar um conselho…
Dois requisitos – só dois!
- Primeiro, Veja-se ao espelho;
- Segundo, Medite no travesseiro,
Só dê conselhos depois!...
Conselheiro Bira é palestrante, capacitado pelo CEAD - Conselho Estadual Anti Drogas, como Conselheiro em Dependência Química pelo Grupo Alívio, Monitor e Coordenador de CTs e vai a diversos lugares falando sobre o "Uso e Abuso de drogas Lícitas e Ilícitas na escola, família ou local de trabalho". Creio que Deus ainda irá me levar por muitos lugares, pregando, palestrando ou dando cursos de Conscientização sobre o assunto.
Trabalhou no Pro Jovem Adolescente de São Gonçalo como Orientador falando sobre "Prevenção", passando por vários polos e fazendo um trabalho amplo com Jovens de 14 a 17 anos.
Todos passamos por fases de aprimoramentos e temos que saber deixar de lado nossos defeitos de caráter, aquelas "coisinhas", que nos tiram do sério, que nos tiram nossas bênçãos e nos afastam de Deus.
Ansiedade: É uma sensação derivada de momentos de preocupação, tensão e apreensão, sentida como antecipação a problemas. Quando esta sensação é experimentada em momentos estressantes, em que as pessoas se vêem frente a situações difíceis e decisões importantes, é considerada normal. Mas a ansiedade passa a ser considerada um transtorno quando o indivíduo a experimentada de maneira exagerada, relacionada a preocupações excessivas e não realistas com situações que a maioria das outras pessoas enfrentariam com pouca dificuldade.